Saúde: perto de um tratamento eficaz contra a Ataxia de Friedreich
Pode chegar, dentro de alguns meses, uma terapia para a
Ataxia de Friedreich , uma doença genética rara que afeta o sistema nervoso,
entre 5 e 15 anos de idade ". Quem o diz, por ocasião do dia dedicado às
doenças raras, que se assinala por todo o mundo a 28 de Fevereiro, é Roberto
Testi, professor da Universidade "Tor Vergata”, em Roma (Itália), que
coordena o projeto 'Fast', financiado pela UE. O defeito genético na Ataxia de
Friedreich (FRDA) diz respeito ao gene responsável pela produção de uma proteína
chamada frataxina, que funciona mal nos pacientes de FRDA. Os baixos níveis de
frataxina causam a morte de células nervosas essenciais para a coordenação
motora. "Existem várias maneiras de aumentar os níveis de uma proteína
defeituosa, neste caso, a frataxina", disse Testi. "A primeira, a
mais comum, é aquela de trabalhar no gene e, portanto, uma vez que, no nosso
caso, o gene transcreve pouco, tenta-se recuperar - continuou ele - a
transcrição correta, ou maior, do gene. Em alternativa, pode-se tentar introduzir
frataxina já feita diretamente nas células dos pacientes. A nossa abordagem é
radicalmente diferente e consiste em pensar em como fazer durar mais tempo a
frataxina já existente. Na verdade, descobrimos que parte da frataxina
produzida é degradada antes mesmo para ser usada. Depois percebemos, em
detalhe, como a frataxina é degradada e, por conseguinte, como evitar esta
degradação. Estamos a tentar desenvolver moléculas sintéticas capazes de
bloquear a degradação da frataxina. Se o programa for bem-sucedido, algumas
dessas moléculas poderão, em poucos anos, tornar-se medicamentos". Mas,
mesmo antes, uma terapia poderá ser alcançada, graças a uma descoberta do grupo
de Testi. "Temos observado - disse o cientista -. que o interferão gama, uma
substância produzida naturalmente pelo organismo, atua sobre o gene frataxina e
aumenta a transcrição Além disso, os ratos com FRDA tratados com interferão
gama mostraram um aumento da frataxina em neurónios críticos para a doença e
melhoramento no desempenho da coordenação motora." O que é particularmente
interessante nesta descoberta, é que o interferão gama é um medicamento já
aprovado para outras indicações, e já comercializado.
Isto significa que, se a eficácia fosse confirmada em
humanos, seria rapidamente colocado à disposição dos pacientes com FRDA. Nesse
sentido já estão em curso dois ensaios clínicos, um em Roma (Itália) e outro em
Filadélfia (EUA), que em poucos meses poderão dar indicações relevantes.
Fonte:
http://www.babelfamily.org/it/index.php/88-news/latest-news/423-salute-vicini-a-cura-efficace-contro-atassia-di-friedreich
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