Investigadores identificam células estaminais que podem ser reprogramadas


Um estudo importante: o Professor Thomas Preiss de ANU JCSMR (Escola de Investigação Médica John Curtin da Universidade Nacional Australiana), que esteve envolvido num projeto internacional investigando células estaminais. Foto: Graham Tidy

Os cientistas, incluindo alguns de Canberra (Austrália), identificaram um novo tipo de célula estaminal que é mais fácil de cultivar e manipular como parte de um grande estudo detalhando as mudanças que as células sofrem à medida que são reprogramadas em células estaminais.

Especialistas de todo o mundo, incluindo alguns da Escola de Investigação Médica John Curtin da Universidade Nacional Australiana (Austrália), realizaram o estudo mais detalhado de como as células especializadas do corpo podem ser reprogramadas para ser como as células do embrião.

"O principal objetivo com este trabalho é desenvolver terapias na medicina regenerativa, que é uma abordagem terapêutica em que se acaba, em última instância, por substituir células, tecidos ou órgãos que estão a falhar num paciente com peças de substituição que são feitas em laboratório a partir de células do próprio paciente ou a partir de células estaminais geneticamente muito semelhantes", disse o professor Thomas Preiss da ANU JCSMR.

O Professor Preiss disse que se espera que a investigação possa ajudar a acelerar o desenvolvimento de tratamentos para muitas doenças.

"Há uma série de doenças, onde os tecidos são danificados ou células são perdidas. Variam de doenças neurodegenerativas a lesões medulares, acidentes vasculares cerebrais (AVC), diabetes, doenças sanguíneas e renais e, em última análise, talvez, até mesmo as doenças cardíacas", disse ele.

"Eu não estou a dizer que a nossa publicação permite imediatamente qualquer destas terapias, mas estamos a trabalhar na base molecular de compreender o processo de produção de células que seriam úteis para este tipo de terapia."

Cinquenta especialistas em tecnologias de biologia das células estaminais e genómica têm estado envolvidos no Projeto Grandioso que mapeou o processo molecular detalhado envolvido na geração de células estaminais pluripotentes induzidas (iPS).

Desde 2012 que a descoberta vencedora do Prémio Nobel, de que as células do corpo podem, em princípio, ser estimuladas para se tornarem células iPS, tem havido um aumento na investigação para entender melhor a reprogramação das células iPS.

"Desde então, a corrida tem sido a tornar esse processo mais eficiente para que possa ser mais económico como base para a terapia e também para atender às preocupações de segurança em torno do método original no qual as células iPS eram feitas", Professor Preiss.

"O nosso trabalho é fornecer um nível de detalhe molecular sem precedentes sobre este processo de reprogramação, o que acontece durante esse processo.”

"Compreender o processo é o primeiro passo para ser capaz de controlá-lo melhor, tornando-o mais eficiente e mais seguro."

O Professor Preiss disse que um novo tipo de célula estaminal que pode ser criada em laboratório, também tinha sido descoberta.

"Essa célula estaminal, que está relacionada com as células iPS, é molecularmente distinta e tem propriedades diferentes", disse ele.

"Algumas das propriedades são potencialmente vantajosas para uma abordagem da medicina regenerativa".

O Professor Preiss disse que o novo tipo de célula estaminal que foi identificada, era mais fácil de cultivar e manipular o que ajudaria "nos esforços de investigação de fármacos e modelagem da doença em laboratório".

O Professor Preiss descreveu a investigação como "ciência básica com uma promessa muito clara para a terapia médica futura".

O consórcio do Projeto Grandioso publicará cinco trabalhos na Nature e Nature Communications.

Os investigadores da ANU contribuíram com ideias, dados e análises para quatro dos trabalhos e coordenaram esforços com outros contribuintes australianos.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Foi descoberto que as proteínas específicas e não-específicas, ligadas ao ARN, são fundamentalmente semelhantes

Ataxia cerebelosa, neuropatia e síndrome de arreflexia vestibular: uma doença lentamente progressiva com apresentação estereotipada