Laboratório de pesquisa de análise do movimento: mecanismos e reabilitação da ataxia cerebelar


Uma das principais funções do cerebelo é a de dinamicamente ajustar o movimento de múltiplas articulações e membros, tornando os movimentos suaves e precisos. Para fazer isto, os circuitos cerebelares têm de processar relações cinéticas e temporais complexas entre segmentos do corpo de forma profética, evitando imprecisões causadas por longos atrasos na resposta. Os processos de controlo cerebelar também têm que ser continuamente calibrados por via de mecanismos adaptáveis de maneira a serem úteis num ambiente em mudanças constantes. É claro que danos cerebelares interrompem a adaptação prática-dependente de muitos movimentos. A implicação desses estudos é que a prática de repetição dos movimentos afetados vai providenciar algum benefício para as pessoas com danos cerebelares. Até à data, o treino de reabilitação é o principal, senão único, tratamento para a maioria das doenças cerebelares. Não há muitas provas que comprovem a eficácia do treino de reabilitação, apesar de poder melhorar alguns aspetos do controlo do movimento: estes mecanismos ainda permanecem pouco claros. Assim, pensamos que uma maior compreensão da capacidade de adaptação em pessoas com danos cerebelares pode facilitar a otimização das técnicas de reabilitação.

Vamos testar: (1) Se há manobras que podem melhorar os movimentos de pessoas com danos cerebelares, (2) se as capacidades adaptáveis podem ser aumentadas em pessoas com danos cerebelares, e (3) se as capacidades adaptáveis predizem o resultado da reabilitação (ou seja, aprender). Colocámos a hipótese de que seriamos capazes de aumentar a função cerebelar residual e/ou tocar nos mecanismos extra-cerebelares para melhorar os movimentos e a capacidade de adaptação. Também colocámos a hipótese de que as capacidades adaptáveis vão se correlacionar com as capacidades de aprendizagem nesta população, permitindo-nos prever quem melhor vai responder à reabilitação. Conforme vamos efetuando estes estudos, vamos avaliar teorias diferentes da função cerebelar (por exemplo: controlo da dinâmica, previsão, tempo), através da determinação de quais os aspetos do movimento e adaptação são mais comprometidos em pacientes cerebelares. Assim, este trabalho vai testar as teorias de controlo motor e, ao mesmo tempo, avaliar novas estratégias para reabilitação.

Estudos em curso:

§  Visual contra propriocepção

§  Teste de equilíbrio com resposta visual
Estudos futuros:

§  Programa de exercícios de longo prazo, comparado com o controlo motor

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