Cientistas turcos encontram sinais de ataxia de Frrriedreich (AF) e ataxia espinocerebelosa (SCA) em pacientes diagnosticados com ataxia cerebelosa hereditária


Um estudo turco classificou as características genéticas e observáveis ​​da ataxia de Friedreich (AF) e ataxia espinocerebelosa (SCA) em pacientes diagnosticados com ataxia cerebelosa hereditária.

O estudo, "Determinação de características genotípicas e fenotípicas da ataxia de Friedreich e ataxia espinocerebelosa autossómica dominante tipos 1, 2, 3 e 6", apareceu na revista Archives of Neuropsychiatry.

As ataxias podem ser classificadas como congénitas, hereditárias, não-hereditárias e sintomáticas. As ataxias hereditárias podem ser autossómicas dominantes, o que significa que herdar o gene anómalo de um dos pais é suficiente para desenvolver a doença. Por outro lado, as ataxias também podem ser autossómicas recessivas, significando que uma criança tem uma probabilidade de 25 por cento de herdar a doença de pais heterozigotos que só têm uma cópia do gene defeituoso.

A diversidade clínica dentro dos subtipos de SCA - uma ataxia autossómica dominante - torna crítico o estudo das suas causas genéticas, para classificar adequadamente a doença. Com base da análise genética, as SCAs tipos 1, 2, 3 e 6 (que se distinguem por uma mutação genética específica e mostram diferentes sintomas no desenvolvimento) estão entre as mais comuns em todo o mundo.

Estes subtipos apresentam uma acumulação de produtos de poliglutamina dentro das células que levam ao dano dos neurónios. A prevalência de SCA foi relatada em 3 de 100.000 habitantes em certas regiões geográficas.

A AF, a ataxia autossómica recessiva mais comum, representa 75 por cento de todas as ataxias que começam antes da idade de 25 anos. A prevalência de AF varia entre 1 em 20.000 a 1 em 125.000 indivíduos. Na AF, a atividade respiratória nas mitocôndrias - o organelo celular responsável pela produção de energia - diminui e os radicais livres tóxicos acumulam-se na célula.

Halil Kasap, da Faculdade de Medicina da Universidade Turca Çukurova em Adana (Turquia), liderou uma equipa de investigação que analisou casos de ataxia hereditária para investigar a ocorrência de AF e SCA tipos 1, 2, 3 e 6. O seu estudo incluiu 144, dos quais 129 foram diagnosticados com ataxia cerebelosa hereditária através de achados clínicos e laboratoriais, e 15 eram pacientes irmãos que foram diagnosticados através de exames familiares.

A equipa realizou exames físicos e neurológicos detalhados, incluindo eletrofisiológicos, imagiologia e análises cardíacas, em todos os casos. Os investigadores também reuniram amostras de sangue e ADN isolado para realizar análises genéticas.

A falta de equilíbrio foi a principal e a primeira queixa em todo o grupo, embora os cientistas também observassem a fraqueza. Menos comuns foram a retardação mental (14,7 por cento dos casos) e atrofia ótica (16,1 por cento) - ambas ausentes na SCA tipos 1 e 6.

Os investigadores encontraram deformidades esqueléticas em todos os grupos, com algumas variedades exclusivamente entre pacientes com AF. Eles observaram anormalidades eletrofisiológicas e atrofia da medula espinhal somente na AF, embora tenham detetado diferenças significativas na atrofia cerebelar na AF e SCA6. Também detetaram achados cardíacos anómalos em quatro casos de AF.

Em termos de frequência, 47 por cento dos casos foram AF. O início da doença foi aos cerca de 12 anos, o que coincide com a literatura. Além disso, detetaram dois casos SCA1 e um caso SCA6. Os achados clínicos na SCA1 começaram aos 40 anos.

"Os pacientes com ataxia cerebelosa de origem hereditária devem ser examinados principalmente para a AF", disse o estudo, acrescentando que se a AF poder ser descartada, os médicos devem considerar a SCA e outras causas de ataxia.


(artigo traduzido por Fátima d’Oliveira)




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