Padrões de sinais motores na ataxia espinocerebelosa tipo 3 no início do seguimento numa unidade de referência
Irene
Pulido-Valdeolivas, David Gómez-Andrés, Irene Sanz-Gallego, Estrella Rausell e
Javier Arpa
Resumo
Antecedentes:
A ataxia espinocerebelosa
tipo 3 (SCA3) é uma desordem neurodegenerativa que afeta o sistema cerebeloso e
outras regiões subcorticais do cérebro. Quanto a outras doenças do cerebelo, a
gravidade deste tipo de ataxia pode ser avaliado com a Escala de Avaliação e Classificação
da Ataxia (SARA), que dá uma pontuação total que reflete o comprometimento
funcional de 8 testes da função cerebelosa. O perfil do resultado dos pacientes
com SCA3 é heterogéneo no início do acompanhamento. Este estudo investiga
possíveis padrões nesses perfis e analisa o impacto de outros sinais
normalmente simultâneos de deficiência dos sistemas motores extracerebelosos em
que a variabilidade de perfil é abordada por meio de métodos estatísticos
multivariados.
Métodos:
Dezassete pacientes com SCA3
foram submetidos a anamnese sistemática, avaliação neurológica e SARA,
avaliação visual de I-Ioflupano (DaTSCAN) TAC com emissão de fóton único
(SPECT) e estudos eletrofisiológicos (condução nervosa e eletromiografia). Os padrões
nos perfis de pontuação dos itens SARA foram investigados por agrupamentos
hierárquicos após a análise multivariada de correspondência. A análise da rede
foi usada para representar relações entre os resultados dos itens SARA,
clínicos, genéticos e parâmetros de exames neurológicos, bem como anomalias do
DaTSCAN SPECT e estudos eletrofisiológicos.
Resultados:
Os itens SARA mais
frequentemente alterados em todos os pacientes são a marcha e a postura, e três
perfis de pacientes com SCA3 podem ser distinguidos em função, principalmente,
do seu grau de deficiência nesses dois itens. Outros itens SARA como a
pontuação na ligação calcanhar-queixo contribuem menos para a classificação. A
análise à rede mostra contagens do item SARA que configura um único domínio que
é independente do tamanho do alelo mutado expandido e idade de início, que são,
por sua vez, intimamente e inversamente correlacionados. A gravidade da
disfunção cerebelosa está correlacionada com maior tempo de doença, avaliação
visual alterada de imagiologia DaTSCAN SPECT e diminuição dos reflexos patelares.
Nem a presença de sinais piramidais ou extrapiramidais, nem a intensidade da
polineuropatia está correlacionada com as pontuações dos itens SARA.
Conclusões:
As abordagens de
reconhecimento de padrões são ferramentas úteis para descrever os fenótipos
clínicos de ataxias e identificar configurações específicas de sinais
cerebelosos.
(artigo traduzido)
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