Investigadores encontram um composto que ajuda a regenerar os neurónios em áreas danificadas do cérebro
Este ativador provou a
capacidade de gerar um aumento importante na neurogénese e representa um
primeiro passo para a medicina futura para pacientes que sofrem de determinadas
doenças neurológicas.
Muitas patologias
neurológicas causam perda irreversível de neurónios. São principalmente as
chamadas doenças neurodegenerativas embora existam outras causas para a perda
de neurónios focoda, como é o caso nos acidentes vasculares cerebrais ou
traumatismos cerebrais. Todas estas patologias não possuem hoje em dia um
tratamento eficaz e não é. possível regenerar os neurónios mortos. Na verdade,
embora o cérebro tenha a capacidade de se regenerar como muitos estudos o tem
provado, esta regeneração é muito baixa, variando entre 0,2% e um máximo de
10%, dependendo do tipo de ferimento e da área danificada.
Isto é porque diferentes
grupos de investigação têm-se centrado as suas atividades em conseguir a
regeneração de uma área do cérebro sofrendo de morte celular neuronal de forma
que esta área possa recuperar a sua função. Durante anos, a equipa liderada
pela professora Carmen Castro na Universidade de Cádiz (Espanha) vem
trabalhando nesta linha. Um dos mais recentes progressos da sua investigação
será em breve publicado no International
Journal of Neuropsychopharmacology, sob o título "12 Deoxyphorbols promovem
a neurogénese adulta por indução da proliferação celular progenitora neural via
ativação PKC", que já está disponível numa versão online. Neste artigo
integralmente subscrito por investigadores da UCA (Universidade de Cádiz,
Espanha), incluindo um grupo de investigadores do Departamento de Química
Orgânica liderado pela Dra. Rosario Hernandez, está provado como um número de
produtos naturais plantados isolados com a capacidade de ativar uma família de
proteínas conhecidas como quinase tipo c ou PKC facilita a proliferação de
células neuronais no cérebro. O grupo de investigação patenteou o uso destes
compostos para regenerar o sistema nervoso.
"Existem outros
compostos no mercado que ativam esta família de proteínas mas que implicam um
alto nível de tumorigénese. Não podiam ser efetivamente utilizados como uma
terapia regenerativa, portanto procurámos outros ativadores capazes de alcançar
um aumento na neurogénese sem um efeito tumorigénese", afirma a Dra.
Carmen Castro. Tendo isto em mente, "entrámos em contato com um grupo de investigação
do Departamento de Química Orgânica a trabalhar no isolamento de produtos
naturais de plantas e com compostos da família dos 12 deoxyphorbols. Este grupo
tinha publicado que alguns destes compostos foram capazes de ativar a PKC e que
não implicavam a tumorigénese. É por isso que decidimos cooperar com eles e experimentar
estes compostos, numa primeira fase, em culturas e, mais tarde, em ratos".
Assim, os investigadores da UCA
poderiam verificar como estes compostos facilitam a proliferação em culturas de
células precursoras neuronais e que a sua introdução num cérebro de um rato
adulto favorece a geração de novas células neuronais.
Além disso, "hoje em
dia estamos a estudar outras rotas menos invasivoas de administração deste
composto em vez de injetar o medicamento diretamente no cérebro. Este tipo de
compostos são difíceis de obter, de modo que uma forma de administrar uma
pequena quantidade tem que ser encontrada. É igualmente necessário que toda a
quantidade chegue ao cérebro, pois se fossem injetados no sangue, a quantidade
final no cérebro seria muito pouca", como eles explicam a partir da UCA.
O trabalho feito até agora é
uma primeira etapa de um projeto muito mais complexo com o objetivo final do
desenvolvimento a longo prazo de novos medicamentos. No entanto, estes
investigadores destacam que "não tem sido fácil chegar até este ponto.
Este trabalho tem exigido um grande esforço da equipa desta instituição, pois
estamos a passar por um período com grandes dificuldades para obter
financiamento".
(artigo traduzido)
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