Tratamento para as dificuldades de deglutição na ataxia hereditária

Vogel AP, Keage MJ, Johansson K, Schalling E

Pergunta de revisão
Revimos as evidências para a gestão das dificuldades de deglutição (disfagia) em pessoas com uma das muitas ataxias hereditárias.

Antecedentes
As ataxias hereditárias são um grupo variado de doenças que afetam principalmente a capacidade de uma pessoa para coordenar os movimentos. Os sintomas pioram com o tempo. As ataxias hereditárias também podem afetar a visão, fala, pensamento, e deglutição. Apesar dos problemas de deglutição serem comuns em ataxia, não sabemos o suficiente sobre a sua natureza e gravidade. A perda da capacidade de deglutir eficaz e seguramente pode afetar drasticamente a saúde e o bem-estar. Melhorar as dificuldades em comer e beber é uma meta importante no cuidado clínico das pessoas com ataxia hereditária.
Queríamos descobrir se quaisquer tratamentos para a disfagia beneficiam as pessoas com ataxias hereditárias. As pessoas com problemas de deglutição podem experimentar desnutrição (falta de alimentação adequada), desidratação (falta de fluidos) e pneumonia secundária à aspiração (infeção pulmonar secundária a alimentos ou líquidos que entram nos pulmões), que podem ser fatais. Quaisquer tratamentos com o objetivo de evitar estes problemas ou melhorar a deglutição eram de interesse na revisão.

Características do estudo
Foram investigados ​​os bancos de dados médicos para ensaios clínicos aleatórios (RCTs) ou quase-RCTs de tratamentos para as dificuldades de deglutição na ataxia hereditária. Os RCTs bem realizados providenciam a melhor prova de qualidade. Os quase-RCTs alocam os participantes a métodos de tratamento que não são completamente aleatórios, como por data de nascimento, número de registro de casos, ou dia da semana. Não há estudos que preencham esses critérios de inclusão pré-especificados.

Principais resultados
Não encontramos RCTs ou quase-RCTs de tratamento para as dificuldades de deglutição na ataxia hereditária.

Conclusões
A ausência de estudos de alta qualidade que examinem a eficácia dos tratamentos para a disfagia nestes distúrbios significa que não é possível tirar conclusões sobre o tratamento mais adequado da disfagia e destaca a necessidade urgente de estudos bem controlados no campo.
A evidência é atual em setembro de 2015.

Conclusão dos autores:
Há uma ausência de qualquer evidência significativa de apoio à utilização de qualquer intervenção na disfagia na ataxia hereditária. A falta de provas destaca a necessidade crítica de ensaios clínicos de tratamento bem controlados no campo.


(artigo traduzido)




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