Estudo sobre a ataxia de Friedreich identifica 6 novos compostos com potencial terapêutico
Cientistas avaliaram modelos
de levedura e mosca da fruta para a deficiência da fraxatina
Uma equipa de investigadores
identificaram seis novos compostos, altamente específicos, que mantêm a
promessa de trazer "novas perspetivas" para o tratamento da ataxia de
Friedreich (AF). A investigação, intitulada “Uma
avaliação da levedura/Drosophila (mosca da fruta) para identificar novos
compostos para ultrapassar a deficiência de frataxina”, foi publicado em Medicina oxidativa e longevidade celular.
A AF é uma doença
neuromuscular caracterizada pela neurodegeneração progressiva dos nervos e dos
músculos do sistema nervoso e do coração, e é causada por mutações no gene FXN
que levam a uma diminuição da transcrição do locus do gene e, por conseguinte,
baixos níveis de frataxina, uma proteína importante para a defesa anti-oxidativa
pelas células. A frataxina é altamente conservada entre espécies diferentes,
tais como leveduras, invertebrados e mamíferos, tornando-os ideais para a
investigação em modelos mais simples da doença.
As terapias atuais que visam
esta doença focam-se na gestão de sintomas, tais como reduzir o dano oxidativo,
a toxicidade mediada pelo ferro ou aumentar os níveis de frataxina. Mas devido
à patogenicidade da doença ainda não ser totalmente compreendida, os
tratamentos nem sempre são eficazes e existe uma necessidade para identificar terapias
mais bem sucedidas. Numa busca de novos compostos ativos, os cientistas
avaliaram milhares de compostos químicos de diferentes bibliotecas em dois
modelos da doença AF - uma cepa de levedura com uma deleção do gene da
frataxina e moscas Drosophila melanogaster
expressando níveis reduzidos de frataxina.
Especificamente, eles usaram
um modelo de levedura (Saccharomyces cerevisiae) com o gene frataxina (YFH1) apagado
como uma avaliação principal de dois conjuntos de compostos químicos: 5.500
compostos na Biblioteca Nacional Química Francesa e 880 compostos da coleção
Prestwick. Os investigadores identificaram 12 compostos específicos para o
modelo de levedura a que falta o gene frataxina, e aqueles que não apresentaram
toxicidade foram realizadas através de uma avaliação secundária, utilizando um
modelo de moscas da fruta (Drosophila
melanogaster) geneticamente alterado, que expressam níveis reduzidos de
frataxina, para avaliar a eficácia ativa dos compostos in vivo.
Os resultados demonstraram
que havia uma melhoria significativa da pupariação (início da transição do
estado larval) em larvas de moscas com seis destes compostos. Os dois compostos
mais promissores, ativos nas concentrações mais baixas, foram ainda testados
para verificar o seu efeito na melhoria dum fenótipo de dilatação cardíaca, com
dados revelando um composto que eficientemente resgatou duas marcas da AF no
modelo Drosophila.
Com base nestes dados, os
investigadores concluíram que tais ensaios fenotípicos podem contribuir para o
entendimento das vias moleculares envolvidas no aparecimento da AF, enquanto
identificam compostos promissores para o desenvolvimento de novas terapias para
a AF.
(artigo traduzido)
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