Diferenças na disfagia entre a ataxia espinocerebelosa tipo 3 e tipo 6
As ataxias espinocerebelosas
(SCAs) são um grupo de doenças neurodegenerativas associadas frequentemente com
hereditariedade autossómica dominante. A ataxia espinocerebelosa tipo 3 (SCA3)
e a ataxia espinocerebelosa tipo 6 (SCA6) são as formas mais comuns no Japão,
bem como o resto do mundo. A SCA3 afeta vários sistemas nervosos enquanto a SCA6
afeta principalmente o sistema cerebeloso. A disfagia é clinicamente importante,
pois a pneumonia por aspiração é a causa mais comum de morte em pacientes com
SCA. Foi estudada a disfagia, retrospetivamente, em 7 pacientes com SCA3 e 13 com
SCA6, por exame videofluoroscópico da deglutição (VF). Esta é uma série maior
de pacientes com SCA6 do que em estudos anteriores, que tiveram resultados
inconsistentes. A disfagia foi avaliada de acordo com a escala estabelecida
pela Sociedade Japonesa de Reabilitação da Disfagia e a escala de severidade da
disfagia, uma escala usada internacionalmente. A primeira avalia separadamente
as fases oral e faríngea, enquanto a última avalia ambas as fases
simultaneamente. A disfagia, de acordo com a escala japonesa foi leve, mas
estatisticamente significativa na SCA6 e grave na SCA3. A DOSS indicava
anomalias na SCA3 mas não na SCA6. As anomalias na deglutição na SCA3 ou SCA6
não têm paralelo com a duração da doença ou deficiência física, sugerindo que
nem mesmo pacientes com doença precoce ou com funções físicas bem preservadas
estavam em risco de aspiração. Os nossos pacientes com disfagia receberam
alimentação através de um tubo gastrostómico endoscópico percutânea no momento
oportuno e foram submetidos a reabilitação da deglutição. Nenhum paciente teve
pneumonia por aspiração. Em conclusão, a avaliação da capacidade de deglutição por
VF é essencial para prevenir a aspiração em pacientes com SCA.
(artigo traduzido)
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