Investigadores descobrem que o gene da ataxia de Friedereich está propenso à fragilidade cromossomática

Num estudo intitulado "Evidência da fragilidade do cromossoma no locus da frataxina na ataxia de Friedreich", publicado na revista Mutation Research/Fundamental and Molecular Mechanisms of Mutagenesis, os investigadores descobriram que a região do cromossoma 9 que contém o locus da Frataxina (FXN) é particularmente frágil e propensa a revisões.

A ataxia de Friedereich (AF) é uma doença autossómica recessiva que está envolvida com uma série de condições relacionadas, tal como o síndroma do X frágil, embora a AF envolve uma repetição do tripleto GAA/TTC no nono cromossoma e o síndroma do X frágil está ligado a uma expansão do tripleto CGG/CCG no cromossoma X. O que estas duas doenças têm em comum é que envolvem a expansão de três nucleotídeos no gene afetado. De acordo com este novo estudo, o gene envolvido na AF, a frataxina (FXN) também é frágil como a do síndrome do X frágil.

Os investigadores descobriram que, na AF não só existe um trato da expansão GAA/TTC no nono cromossoma, mas esta área também é mais propensa a ficar avariada semelhante ao que é visto no síndroma do X frágil. Esta fragilidade cromossomática envolve lacunas no cromossoma ao nível do gene da frataxina e a presença da perda de frequência elevada de pelo menos uma cópia do material genético afetado, como resultado de stress folato. Os resultados demonstraram que a região FXN específica no cromossoma 9 é naturalmente propensa a quebra e rearranjos de nucleotídeos, semelhante ao que ocorre na síndrome do X frágil. A área apresenta muitas anormalidades cromossamáticas quando a célula está na presença de um inibidor de cinase ATM (pequenas moléculas altamente seletivas), o que é completamente consistente com o local de fragilidade.

Estes novos insights sobre o perfil genético e vias moleculares subjacentes  da AF certamente será de grande importância para o desenvolvimento de futuras terapias direcionadas para tratar ou mesmo curar esta doença grave.

Leia mais notícias recentes

Num artigo recentemente publicado, intitulado "BNIP-H recruta a maquinaria colinérgica aos terminais de neurites para promover a neuritogénese e sinalização da acetilcolina", publicado na revista Developmental Cell uma equipa internacional de investigadores identificou uma proteína relacionada com ataxia que regula o crescimento dos neurónios, transportando enzimas metabólicas essenciais às extremidades destas células.


(artigo traduzido)




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Foi descoberto que as proteínas específicas e não-específicas, ligadas ao ARN, são fundamentalmente semelhantes

Ataxia cerebelosa, neuropatia e síndrome de arreflexia vestibular: uma doença lentamente progressiva com apresentação estereotipada