Homem de Collinsville (OK, EUA) com ataxia de Friedreich desafia todos os prognósticos de morte precoce
Ann e Bob Ridgell foram apanhados
de surpresa quando os médicos lhes disseram que o seu filho só iria viver até
cerca dos 21 anos de idade.
"Nós ficámos chocados.
Nada do que estávamos a ver, poderia fazer acreditar de que iria progredir tanto
e tão depressa", disse Bob Ridgell, ao ouvir que o seu filho tinha apenas
uma década de vida.
Apenas há algumas semanas,
Kevin Ridgell, que foi diagnosticado com ataxia de Friedreich quando tinha 12
anos, mais uma vez provou que os médicos estavam errados, quando ele fez 45
anos.
Os pais de Ridgell primeiro
notaram que algo se poderia estar a passar, quando ele mostrou sinais de falta
de jeito aos 8 anos de idade. Os seus sintomas pioraram e, quatro anos depois,
foi diagnosticado com a doença neurodegenerativa genética rara. Os sintomas
incluem fraqueza muscular e perda de coordenação nos braços e pernas;
comprometimento da visão, audição e fala; e escoliose agressiva.
Como uma criança, Ridgell
recebeu a notícia com calma.
"Eu era uma criança,
então a minha cabeça estava lá fora, a brincar", disse Ridgell.
"Quando me disseram, eu estava tipo 'OK, já posso ir lá para fora e
brincar?'"
À medida que ficava mais
velho, ele sabia que seria um desafio com que teria que lidar.
"Eu sabia que algo
estava errado, algo que não era curável, e eu fiz o melhor que pude e era muito
sociável, mas foi muito difícil", disse ele.
Quando andava na escola
secundária, Ridgell estava caminhando com um andar cambaleante, muitas vezes
esperando até que os corredores da escola estivessem vazios antes de cambalear
até à aula, enquanto se apoiava nas paredes.
"Eu comecei a andar por
aí como se estivesse bêbado. Eu não podia colocar um pé em frente do outro
", disse ele. "Foi muito embaraçoso para mim. Eu tentei evitar de
andar na frente das pessoas, tanto quanto possível."
No entanto, ele ainda
trabalhou como nadador-salvador e instrutor de natação.
Depois de terminar o ensino
secundário, ele frequentou a Universidade Batista do Sudoeste em Bolivar,
Missouri (EUA).
"Ele realmente
floresceu na faculdade e fez alguns amigos tremendos", disse Ann Ridgell.
Foi também quando os efeitos
da doença se tornaram mais evidentes.
Durante as férias de primavera
do seu primeiro ano, ele caiu e partiu a perna logo acima do tornozelo. Porque já
tinha um braço partido, as muletas não eram uma opção; então começou a usar uma
cadeira de rodas e tem vindo a utilizar uma desde então.
"Eu sabia como as
pessoas olhavam para as pessoas deficientes, e eu sabia que eu poderia ir para
casa e nunca mais voltar", disse ele. "Eu queria voltar (para a
escola), e eu tinha o melhor tempo. Todos me receberam de volta e me incluíram".
No campus ele usava um
carrinho de golfe para se locomover.
"Ele aterrorizou o
campus", disse Ann Ridgell, em tom de brincadeira. "Nós tivemos que
lhe dizer que só poderia ter tantas pessoas na parte de trás do carro."
Os amigos da faculdade de
Kevin Ridgell fizeram questão de incluí-lo em todas as atividades, até ajudá-lo
a saltar para o rio perto da escola. Ele também aprendeu a mergulhar, o que fez
duas vezes no Havaí (EUA).
Depois de terminar a sua
licenciatura em psicologia, Ridgell ganhou um mestrado na Universidade Central
do Este e ainda ficou com créditos para outro curso.
Ele também participou no
Seminário Teológico do Sudoeste, em Fort Worth (EUA). Por essa altura, ele
estava com 30 anos e começou a abrandar.
"Estava a tornar-se
numa luta para ele, e o uso de suas mãos estava a piorar", disse Ann
Ridgell.
Agora, a principal ligação
de Kevin Ridgell com o mundo exterior da sua casa é através de fotos do dia em
que ele envia aos amigos, muitas vezes com o comentário que ele dita enquanto os
seus pais escrevem para ele. Ele espera que através dos seus e-mails, ele possa
servir de inspiração.
"Disseram-me que as
pessoas com ataxia de Friedreich têm uma esperança de vida só até ao final da
adolescência ou início da vida adulta. Quando fiz 21 anos, fiquei sem saber o
que fazer durante um tempo", disse ele. "Agora tenho 45 e eu ainda
estou aqui. Por um ato de Deus, eu ainda estou indo, e é minha esperança que
possa dar incentivo e servir de inspiração para alguém crescendo lá fora.
"Eu quero que saibam
que podem sobreviver."
(artigo traduzido)
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