Seminário: Dr. Javier Díaz-Nido, A ataxia de Friedreich como modelo para as doenças neurodegenerativas: Da biologia molecular para a busca de terapias
04
de junho de 2015, 14h00
Salão
de leitura Petrén
Karolinska
Institutet Campus Solna (Escola de Medicina)
Suécia
A
ataxia de Friedreich como um modelo para as doenças neurodegenerativas: Da biologia
molecular para a busca de terapias
A ataxia de Friedreich (AF)
é a ataxia hereditária recessiva mais comum, afetando quase 4-5 em 100.000
entre a população de origem indo-europeia, e não há atualmente nenhuma cura ou
tratamento eficaz. A AF é predominantemente (mas não exclusivamente) uma doença
neurodegenerativa, afetando principalmente os núcleos profundos do cerebelo, a medula
espinhal, o gânglio da raiz dorsal e os tecidos cardíacos. A AF resulta de uma
deficiência da proteína frataxina provocada, na maior parte dos casos, por uma
expansão repetida do intrão 1 do gene FXN. A frataxina é uma proteína
codificada do genoma nuclear, que está em grande parte localizada na
mitocôndria, onde pode desempenhar um papel importante na regulação da
biogénese do aglomerado de ferro-enxofre e a resposta ao stress oxidativo. A AF
tem geralmente um início precoce, e pode servir como um modelo muito útil para
outras doenças neurodegenerativas, em que a disfunção mitocondrial também
desempenhe um papel crucial.
Desenvolvemos modelos
celulares neuronais distintas para estudar os mecanismos moleculares subjacentes
ao processo degenerativo desencadeado pela deficiência de frataxina. Estes
modelos celulares também estão a ser usados para testar potenciais estratégias
terapêuticas, particularmente os destinados à identificação de moléculas (medicamentos
ou genes) que podem compensar os defeitos funcionais induzidos pela perda da
frataxina, ou que sejam capazes de aumentar eficazmente a expressão da frataxina.
As técnicas de transferência
genética constituem uma possibilidade terapêutica promissora para tratar a AF e
outras doenças neurogenéticas. O nosso grupo também tem considerado uma
abordagem de terapia genética para a AF que envolve a introdução de cópias
corretas de todo o “lócus” genómico da frataxina. Estamos agora a tentar
otimizar a via de administração e a entrega e distribuição de ambos os vetores
virais e não virais no sistema espinocerebeloso. Além disso, também estamos a
investigar a possível aplicação de vetores que possam transportar outros genes
neuroprotetores com particular ênfase em fatores neurotróficos.
Pessoa
para contato: Alfredo Giménez-Cassina
(artigo traduzido)
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