Realização de um ensaio clínico com pacientes atáxicos
A
equipa de cientistas do Centro de Investigação e Reabilitação de Ataxias Hereditárias,
na província de Holguin (Cuba), faz o primeiro ensaio clínico com
eritropoietina humana recombinante.
Um ensaio clínico destinado
a consolidar as estratégias terapêuticas e para melhorar a qualidade de vida
dos pacientes que sofrem de ataxia espinocerebelosa tipo 2 (SCA2) – a de maior
incidência no país –, é desenvolvido por uma equipa de cientistas da província.
O estudo consiste em
experimentar nestes pacientes o efeito neuroprotector da eritropoietina humana
recombinante (Neuro-EPO), o composto farmacológico produzido pelo Centro de
Imunologia Molecular país e que foi validado no tratamento de várias doenças do
sistema nervoso central.
O Dr. Roberto Rodriguez
Labrada, chefe da área das Investigações no Centro de Investigação e
Reabilitação de Ataxias Hereditárias (CIRAH), localizado na cidade de Holguin
(Cuba), disse que, além de garantir a segurança do tratamento, vai-se
aprofundar a eficácia do fármaco em elementos clínicos e neurocognitivos dos
pacientes.
Foto: Héctor Carballo Hechavarria |
Ele acrescentou que este é o
sétimo ensaio empreendido pelo centro desde a sua criação, há 15 anos, para o
qual foram escolhidas mais de trinta pessoas, e dessas, 28 estão recebendo
tratamento para completar um período de seis meses.
Depois de passar por
extensas avaliações de caráter clínico, neurofisiológico e hemoquímico, os
pacientes recebem uma avaliação constante para detetar oportunamente a ocorrência
de efeitos adversos.
O especialista disse que
este é o primeiro estudo deste tipo no mundo, sendo usada pela primeira vez a
via intranasal, muito mais rápida para incidir sobre o sistema nervoso central,
na administração de medicamentos a pacientes atáxicos.
A eritropoietina é uma
hormona segregada naturalmente pelo corpo, entre cujas funções foi identificada
a sua capacidade neuroprotectora, que é essencial para o tratamento de doenças
neurodegenerativas e neuroinflamatórias, e em danos isquémicos e neurotraumas.
A ataxia é uma doença
hereditária que até ao momento não tem cura. É progressiva que pode conduzir a
invalidez total de funções, como o movimento dos membros, olhos e fala.
No mundo existem diferentes
formas de ataxia, sendo a ataxia espinocerebelosa tipo 2 a mais comum em Cuba, sendo
que a província de Holguín tem a mais alta taxa de prevalência (42 por 100 000
habitantes), foram diagnosticados mais de 1800 casos e há 10.000 descendentes em
risco de ter a doença.
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