Investigadora da Faculdade de Medicina Baylor (EUA) recebe financiamento para projeto sobre a ataxia
A Dra. Marife Arancillo da Faculdade de Medicina Baylor, em Houston, Texas (EUA) foi premiada pela Fundação Nacional de Ataxia (NAF – National Ataxia Foundation, EUA), pelo seu projeto "Mecanismos neurais da função cerebelosa
na ataxia" com foco no desenvolvimento de
um conjunto de ferramentas genéticas para ajudar a estudar a ataxia e o papel
desempenhado pelo cerebelo do cérebro.
A ataxia é uma desordem
cerebral incapacitante em que o paciente não tem controlo muscular nos
movimentos voluntários. Os indivíduos afetados tornam-se descoordenados e atividades
diárias básicas que precisam de um controle motor fino, como caminhar, engolir,
escrever e falar claramente podem ser comprometidas. A ataxia é geralmente o
resultado de uma disfunção em partes do sistema nervoso, com anormalidades no
cerebelo (parte do cérebro que controla a coordenação e a mobilidade), sendo a
causa mais comum da ataxia. Cada um e todos os movimentos são criticamente
dependentes da atividade do cerebelo.
A ataxia é conhecida por
surgir quando o cerebelo possui atividade extremamente baixa ou extremamente
intensiva, dois estados opostos que levam à mesma doença. Os sinais neurais que
desencadeiam a ataxia são desconhecidos.
"O meu objetivo na
presente proposta é definir os sinais defeituosos que são iniciadas no cerebelo
de ratos atáxicos e determinar como estes sinais viajam através do circuito
para obstruir o movimento.", explicou a Dra. Arnacillo. Para este efeito,
ela desenvolveu um conjunto de ferramentas genéticas que permite o bloqueio
seletivo de certos sinais neurais no cerebelo do rato. Desta forma, o sistema
nervoso do rato pode ser sobrecarregado com sinais ou apenas alguns, duas
condições conhecidas por causar ataxia.
A investigadora acredita que
a principal vantagem deste conjunto de ferramentas genéticas está na sua
capacidade de interferir na comunicação sinal cerebelosa, permitindo a
utilização de métodos de gravação do cérebro para controlar a forma como os
sinais restantes são capazes de dificultar o movimento em curso, enquanto os
ratos estão a concluir tarefas em tempo real. Este é um avanço técnico
significativo porque em modelos típicos de ataxia, a morte celular invalida a
possibilidade de analisar com precisão como o cérebro funciona na ataxia.
"As experiências que eu
estou a propor vão aprofundar o nosso conhecimento da função cerebral na ataxia
e proporcionar novas oportunidades para o desenvolvimento de terapias eficazes
para tratar a doença", concluiu a Dra. Arancillo.
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