Análise funcional ajuda a definir o espectro mutacional KCNC3 em processos de ataxia holandeses
Anna Duarri, Esther A. R.
Nibbeling, Michiel R. Fokkens, Michel Meijer, Melissa Boerrigter, Corien C.
Verschuuren-Bemelmans, Berry P. H. Kremer, Bart P. van de Warrenburg, Dennis
Dooijes, Erik Boddeke, Richard J. Sinke, Dineke S. Verbeek
Resumo
A ataxia espinocerebelosa
tipo 13 (SCA13) é uma doença neurodegenerativa autossómica dominante
hereditária do cerebelo causada por mutações no canal de potássio dependentes
da voltagem KCNC3. Para identificar
novas mutações de SCA13 patogénicas em KCNC3
e obter dados sobre a prevalência da doença nos Países Baixos, sequenciámos o
código de KCNC3 em toda a região, em
848 pacientes holandeses com ataxia cerebelosa de origem familial ou
esporádica. Avaliámos a patogenicidade das variantes identificadas por análise
de co-segregação e previsão in silico
seguido de estudos bioquímicos e eletrofisiológicos. Foram identificadas 19
variantes em KCNC3 incluindo 2 não
codificadas, 11 missense e 6 variantes sinónimas. Duas variantes missense não
co-segregavam com a doença e foram excluídas por mutações potencialmente
causadoras de doenças. Foram também identificadas as previamente relatadas
mutações p.R420H e p.R423H, na nossa coorte. Das 7 restantes variantes
missense, a análise funcional revelou que 2 variantes missense deslocam a
ativação do canal Kv3.3 para voltagens mais negativas. Estas variações foram
associadas ao início precoce da doença e deficiência mental leve. Além disso,
uma outra variante missense deslocou a ativação do canal para voltagens mais
positivas e foi associada à marcha atáxica espástica. As variantes missense
restantes não alteravam qualquer das características do canal. Destas três
variantes funcionais, uma única variante in
silico foi prevista ser prejudicial e segregada com a doença. As outras
duas variantes in silico foram
previstas serem benignas e a análise à co-segregação não foi ótima ou só
poderia ser parcialmente confirmada. Portanto, podemos concluir que identificámos
pelo menos uma nova mutação patogénica em KCNC3
que causa a SCA13 e duas adicionalmente potenciais mutações SCA13. Isto leva a
uma estimativa de prevalência da SCA13 na Holanda para estar entre 0,6% e 1,3%.
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