Métodos computacionais para estudar a função do gene e da proteína

Modulação PolyQ de interações da proteína-proteína. Quando a proteína contendo polyQ (vermelho) interage com a proteína X (laranja) através de uma interação da serpentina enrolada, a polyQ adota uma conformação de serpentina, que se estende à anterior serpentina (azul). A região polyP (verde) não pode adotar uma conformação de serpentina enrolada, efetivamente, tampando a mudança conformacional da região polyQ dependente da interação.


Miguel Andrade usa métodos computacionais para estudar a função do gene e proteína com ênfase nas moléculas relacionadas com doenças humanas.

Com a grande quantidade de dados gerados na investigação da biologia molecular moderna, são necessários métodos poderosos para compreender e fazer uso dos resultados. Por exemplo, as novas técnicas permitem que os investigadores modelem interações da proteína, prevejam como a transcrição de genes é regulada e visualizem como os genes são expressos, tanto na saúde, como na doença. O trabalho do Professor Miguel Andrade abrange todas essas áreas, além de mineração de dados e texto da literatura biomédica. Estas vertentes de investigação estão ligados pelas ferramentas computacionais desenvolvidas e aplicadas pelo seu grupo, para fazer sentido de grandes conjuntos de dados de experiencias biológicas.

Uma dessas ferramentas é a HIPPIE, um banco de dados que integra dados da interação de proteína-proteína. Combinando informações de fontes genómicas, filogenéticas e funcionais, por exemplo, Andrade tem mostrado que os estiramentos de poliglutamina (polyQ) em proteínas modulam interações com outras proteínas (ver figura). A expansão anormal de polyQ pode resultar em agregação patológica de proteínas, que podem contribuir para o mecanismo da doença em várias condições neurodegenerativas, tais como a doença de Huntington ou ataxia espinocerebelosa.

Um dos objetivos principais do trabalho de Andrade é a previsão da função da proteína e do gene através da integração de dados heterogéneos. Um exemplo disto é a sua observação recente que as funções e alvos microRNA podem ser melhor previstos usando dados sobre os alvos das proteínas transcricionais supressoras. Esta conclusão foi aplicada à proteína repressora neural REST para identificar os candidatos miRNAs que poderiam atuar como supressores de cancro no cérebro.

Outro aspeto do trabalho de Andrade diz respeito ao desenvolvimento de métodos de mineração de dados e texto da literatura biomédica, por exemplo os resumos de trabalhos científicos no banco de dados PubMed. A priorização rápida de centenas de milhares de registros de PubMed de acordo com temas definidos pelo usuário em questão de segundos permite a exploração eficiente do corpus biomédico e pode ser usada para classificar os genes e produtos químicos de acordo com sua relevância para um tópico. O grupo do Professor Miguel Andrade também usou a PubMed para estudar as tendências económicas, linguísticas e científicas e encontrar os revisores apropriados para os manuscritos.

O Professor Christof Niehrs, diretor fundador do IMB (Instituto de Biologia Molecular), diz que o recrutamento de Miguel Andrade é um benefício para o IMB, assim como para a comunidade biológica mais alargada em Mainz (Alemanha). "O trabalho computacional de Miguel Andrade complementa, idealmente, a experiência de laboratório que já temos no IMB. Como líder em bioinformática, o Miguel é um recurso fundamental para as Ciências da Vida, em Mainz."



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