A primeira conferência do IRDiRC catalisa a colaboração no domínio da investigação sobre doenças raras

O Consórcio Internacional de Investigação sobre Doenças Raras (IRDiRC) foi criado em abril de 2011, por iniciativa da Comissão Europeia e dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA para incentivar a colaboração internacional na investigação das doenças raras. O IRDiRC reúne investigadores e associações que investem na investigação das doenças raras para ajudar a concretizar dois objetivos principais: lançar 200 novas terapêuticas para as doenças raras e meios para diagnosticar a maioria destas doenças até ao ano 2020.
A primeira Conferência do IRDiRC realizou-se em Dublin, na Irlanda, a 16 e 17 de abril de 2013, organizada pela Comissão Europeia em associação com a presidência irlandesa do Conselho da União Europeia. Reunindo mais de 400 partes interessadas da área das doenças raras de todo o mundo, a conferência arrancou com uma sessão plenária dedicada às oportunidades e aos desafios com que se deparam as parcerias internacionais e à colaboração no domínio das doenças raras, antes de se repartir por três temas específicos: as terapias, os diagnósticos e as abordagens interdisciplinares. A experiência e perspetiva dos doentes foi parte integrante de toda a agenda.
Avril Daly (vice-presidente da EURORDIS e presidente da Associação de Doenças Genéticas e Raras, da Irlanda) apresentou a perspetiva dos doentes durante a sessão da linha temática «Diagnóstico» The Depth of Rare Diseases (a profundidade das doenças raras), a qual refletiu sobre o impacto que as doenças raras não diagnosticadas têm sobre os cuidados dos doentes e analisou as iniciativas que existem para diagnosticar as mais de 3000 doenças raras cuja causa não foi descoberta até à data. Avril ilustrou o percurso da investigação gerida por doentes, desde o diagnóstico ao desenvolvimento de curas, introduzindo desafios passados e atuais de projetos de investigação de doenças da retina na Irlanda.
A Diretora de Desenvolvimento Terapêutico da EURORDIS, Maria Mavris, contribuiu com o ponto de vista dos doentes para a sessão Facing the Challenges (enfrentar os desafios), que teve em consideração as questões éticas, económicas e políticas relacionadas com a investigação sob a égide do IRDiRC, incluindo os resultados imprevistos e a partilha de dados. Maria mostrou como os doentes encaram os desafios, envolvendo-se de perto em todas as fases da investigação e do desenvolvimento de terapêuticas.
Numa sessão dedicada ao Regulatory Dialogue to Optimise Orphan Drug Development (diálogo ao nível da regulação para otimizar o desenvolvimento de medicamentos órfãos), o diretor executivo da EURORDIS, Yann Le Cam, apelou às entidades reguladoras para que adotem uma declaração sobre flexibilidade regulamentar para a aprovação de medicamentos órfãos: «É necessário que as agências de regulação do outro lado do Atlântico assumam uma política que defina claramente vias mais flexíveis para o desenvolvimento de medicamentos órfãos. Isto é vital para acelerar o acesso dos doentes às terapêuticas
Diversos elementos foram identificados como cruciais para atingir os objetivos do IRDiRC: o diálogo entre todas as partes interessadas e em todas as fases do desenvolvimento clínico e científico; a flexibilidade – das entidades reguladoras e de outros intervenientes –; a partilha de dados; e a colaboração a nível financeiro e da investigação. A primeira conferência do IRDiRC serviu para impulsionar e gerar entusiasmo acerca destes temas. Estão já a ser exploradas potenciais colaborações entre as várias partes interessadas.

Tradutores: Ana Cláudia Jorge e Victor Ferreira
 
 

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