Portugal é dos países europeus onde acesso a medicamentos inovadores é mais demorado
Novo estudo sobre Processos de Avaliação de Tecnologias em Saúde destaca áreas onde é possível melhorar para acelerar o acesso dos doentes a medicamentos inovadores
Num relatório publicado hoje, Portugal aparece como um dos países europeus, num conjunto de 17, em que a demora nos processos de aprovação impede o acesso rápido a novos medicamentos. De acordo com os dados publicados, os medicamentos inovadores demoram, em média, cerca de 350 dias a entrar no mercado nacional.
O estudo, promovido em conjunto pela Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA), a Associação Europeia de Bioindústrias (EuropaBio), e as Associações Australiana e Americana da Indústria Farmacêutica (Medicines Australia e PhRMA), compara os processos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) em vários países do mundo e destaca as áreas prioritárias de melhoria, de forma a acelerar o acesso dos doentes às novas tecnologias e medicamentos inovadores e gerir melhor os orçamentos públicos.
A relação entre as avaliações e as decisões de acesso é um processo que pode ser melhorado, destaca o relatório. Um dos papéis fundamentais da ATS é melhorar o acesso aos tratamentos e medicamentos inovadores. No entanto, existe pouca evidência de que os processos actuais de ATS tenham um impacto positivo no acelerar do acesso a medicamentos para os doentes, ou de que a ATS tenha beneficiado os medicamentos de maior valor terapêutico.
Como motivos, o relatório aponta que as recomendações dos organismos responsáveis pela ATS nem sempre são aplicadas pelas autoridades responsáveis pela atribuição de preços e de comparticipações e que, em muitos casos, estas entidades não têm clarificada a relação entre a importância da ATS e o estabelecimento de preços e comparticipações.
O estudo salienta ainda que as recomendações sobre os mesmos produtos variam muito entre sistemas e países e que, apesar de os organismos de ATS poderem ter atribuições e objectivos diferentes, a variação na forma como os mesmos produtos são avaliados sugere ineficiências e inconsistências relacionadas com metodologias divergentes.
Os dados recolhidos evidenciam, segundo o estudo, que muitos sistemas podem melhorar seu desempenho se efectuarem uma abordagem holística das avaliações. Olhar para o sistema de saúde no seu todo e para os custos associados para a sociedade permite uma alocação mais eficiente dos recursos, realça o relatório, que sublinha ainda que, apesar da ATS ter o potencial de ajudar doentes e profissionais de saúde na tomada de decisões informadas, na prática, os aspectos sociais não são, muitas vezes, tidos em conta, e os doentes têm um papel limitado nos vários sistemas de ATS.
O documento assinala também que a ATS é principalmente aplicada a medicamentos e que os métodos aplicados a outras tecnologias são menos rigorosos.
Ainda assim, sugere que há razões para ser optimista, dado que a maioria dos sistemas de ATS ainda estão em desenvolvimento ou em evolução.
Fonte: http://www.apifarma.pt/salaimprensa/comunicados/Paginas/Estudo13Jul2011.aspx
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