Nova descoberta lança luz sobre uma doença genética e neurodegenerativa

Este trabalho de investigação está publicado na revista Nature e Biologia Molecular Estrutural.

Ataxia de Friedreich (FA) foi diagnosticada pela primeira vez em 1863, pelo médico alemão que deu o nome á doença, mas o gene responsável pela FA foi descoberto apenas em 1996. Sabemos agora que os pacientes com FA apresentam mutações genéticas que limitam a produção de uma proteína chamada frataxina. Frataxina é uma proteína crucial que opera no interior das mitocôndrias, os centros produtores da energia na célula, mas o seu papel exacto não era claro até agora.

Assume-se que há muito tempo que a frataxina está envolvida em duas grandes vias metabólicas associadas ao ferro, um elemento que é essencial para a vida, mas também insolúvel e tóxico. Acreditava-se que a frataxina agia como" dama de companhia" do ferro, uma substância transportadora do ferro envolvida na formação do ferro-enxofre. Estas são necessárias para o funcionamento das mitocôndrias e, portanto, para a produção de energia dentro da célula.
Annalisa Pastore, um membro do Departamento da Estrutura Molecular em Nimr, demonstrou que a frataxina não é apenas uma dama de companhia, mas age como um inibidor no processo da formação do complexo ferro-enxofre. Frataxina regula a formação destes complexos para ajustar o número disponível, dependendo da concentração de ferro. Os pacientes com Ataxia de Friedreich, com níveis reduzidos de frataxina, precisam de este importante processo regulamentar. Sem este mecanismo regulador, são produzidos demasiados complexos ferro-enxofre, uma vez que se trata de espécies instáveis. Este processo leva á acumulação do ferro insolúvel que se precipita na célula, como se pode observar nos tecidos dos pacientes com AF. Este, por sua vez, provoca danos metabólicos que leva à morte celular.
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Comentários

  1. Oi, passei pra conhecer seu blog, e desejar bom fds.
    bjss

    aguardo sua visita :)

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