Carta de Professor Pierre RUSTIN, investigador no INSERM (03/06/2008)

REVAMOTO: É realmente a hora! Neste início de século, vivemos um momento muito específico na luta contra a Ataxia de Friedreich. Com efeito, após a descoberta do gene responsável desta doença em 1997 (gene que contem a informação necessária para a produção de um pequeno constituinte das células, chamado frataxina), logo as consequências causadas pelas anomalias neste gene (geralmente uma expansão anormal que provoca uma espécie enrolamento do gene e perturba a sua leitura), o mundo da investigação está diante de um grande desafio: encontrar uma solução para lutar contra esta doença!De facto, são numerosas as equipas de investigação que em todo o mundo focalizam as suas actividades sobre este objectivo. Até à data, foram propostas cinco abordagens que visam etapas diferentes no que pensamos saber da doença: permitir uma melhor leitura do gene por moléculas susceptíveis de desenrolar o gene (nos EUA); aumentar o fabrico da frataxina utilizando o gene como (na Áustria); capturar o ferro que se encontra em excesso em certos compartimentos das células; (as mitocondrias, compartimentos onde a etapa final da combustão dos alimentos produz a energia para toda a célula e qualquer organismo) (em França); agarrar com um medicamento (o idébénone ou Mnesis) os compostos perigosos do oxigénio (famosos radicais livres) que são sem dúvida responsáveis por uma parte da doença; (em França); aumentar as defesas do organismo contra os radicais livres (ensaio Pioglitazone) (em França). Sim leu bem: três das cinco abordagens são desenvolvidos na França pelas nossas equipas de investigação! Á que desmentir os discursos sobre a pretendida falta de competitividade das nossas equipas na França. E no entanto não é simples a investigação no nosso país porque os meios faltam: investigar fica caro no dia a dia, as máquinas custam frequentemente preços exorbitantes, os estudantes formados nos nossos laboratórios refugiam-se no estrangeiro para fugir mais facilmente á precariedade e são excelentes…Face a isto, apenas os discursos, as promessas, os Comités de avaliação, as organizações além disso para terminar de tratar o problema: o nervo da questão é o dinheiro!É neste contexto que a ideia da REVAMOTO tem sentido: um sinal forte para desenvolver a investigação. Para nós investigadores, um sinal para perseverar e amplificar ainda mais os nossos esforços; Para os que decidem num lugar poderoso, um sinal de modo que entendam por fim á mensagem simples e sensível dos pacientes, das suas famílias e todos os que são solidários com os investigadores: O futuro do país, a luta contra as calamidades e as doenças, passam pelo desenvolvimento da investigação, desde a mais básica há médica.Neste combate contra a doença, qualquer cêntimo, qualquer euro recolhido é útil, devido ao muito que representa. Vai integralmente para a investigação científica no Hospital Robert Debré para lutar contra Ataxia de Friedreich.

Estamos-vos muito agradecidos!
A equipa de Investigação do Hospital Robert Debré que trabalha sobre Ataxiede Friedreich.Paule Bénit, Emmanuel Dassa, Sergio Goncalves, Isabelle Husson,Sandrine Loublier, Vincent Paupe e Pedra Rustin
(Tradução de Mario Galinha)

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