Prémio atribuído ao estudo das vias de sinalização do cálcio nas ataxias espinocerebelosas
A NAF (National Ataxia
Foundation - Fundação Nacional da Ataxia, EUA) atribui prémios a estudos de
investigação sobre a ataxia em 2016, incluindo projetos nos EUA, Itália,
Canadá, Reino Unido e Portugal.
Entre os estudos premiados
consta o do Dr. Paul Rosenberg, professor associado do Departamento de
Cardiologia, Centro Médico da Universidade Duke (NC, EUA), “Contribuição da
entrada de cálcio operado por um compartimento para a desregulação do cálcio
nas ataxias espinocerebelosas."
Rosenberg tem como objetivo
compreender os mecanismos responsáveis pela desregulação do cálcio neuronal, normalmente
encontrado em várias ataxias, incluindo as ataxias espinocerebelosas
hereditárias. A sua investigação procura explicar como as alterações de cálcio
são descodificados por uma célula de modo a ativar as vias de sinalização que
controlam a expressão do gene, a proliferação e o metabolismo.
As ataxias, um grupo diversificado
de doenças caracterizadas por falta de coordenação, são causadas por uma
degeneração do cerebelo, o centro de coordenação motora e suas conexões com
outras regiões do cérebro. Os neurónios Purkinje, encontrados no cerebelo,
dependem do influxo de cálcio, significativo para o seu potencial de ação.
Embora estas células geralmente trabalhem num ritmo constante, para codificar a
informação a partir do cerebelo cortical para as áreas de coordenação motora,
as células Purkinje insalubres pode disparar em rajadas que conduzem a níveis
elevados de cálcio nos neurónios e induzindo desordens atáxicas marcadas pela
coordenação muscular prejudicada.
Muitas ataxias, incluindo as
ataxias espinocerebelosas hereditárias, estão ligadas à desregulação do cálcio
neuronal, o que leva à disfunção, degeneração e morte dos neurónios Purkinje. A
equipa de investigação do Centro Médico da Universidade Duke (NC, EUA) está a
procurar entender os mecanismos envolvidos na desregulação de cálcio na ataxia,
que possivelmente irá permitam o desenvolvimento de estratégias terapêuticas
nesse grupo de doenças.
Os investigadores irão
revelar o papel de uma nova via de sinalização de cálcio chamada entrada de
cálcio operado por um compartimento (SOCE), conhecida por ter um papel na regulação
da dinâmica do cálcio nas células Purkinje e outros neurónios dependentes dum
STIM1 (um sensor de cálcio), na desregulação da homeostase do cálcio e patogénese
da ataxia.
A primeira hipótese é que a
disrupção da via SOCE contribui para a disfunção de células Purkinje, levando a
défices motores num número de ataxias. Para testá-lo, os investigadores vão
empregar ratos modelo de várias ataxias para analisar se a SOCE dependente do
STIM1 pode contribuir para a desregulação do cálcio e disfunção das células
Purkinje, e em que medida um aumento ou diminuição na sinalização SOCE pode ser
responsável por disfunção das células Purkinje e degeneração em ataxia.
Os investigadores acreditam
que o estudo irá revelar uma compreensão mais clara da via SOCE na degeneração
dependente de cálcio nas células Purkinje na ataxia, e podem levar ao
desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para o tratamento destas
doenças.
(artigo traduzido)
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