O tratamento para a disfagia (dificuldades na deglutição) na ataxia hereditária.
Vogel AP, Keage MJ, Johansson K,
Schalling E
Resumo
ANTECEDENTES:
As ataxias hereditárias são
um grupo heterogéneo de doenças que resultam na incoordenação progressiva. A
dificuldade na deglutição, também conhecida como disfagia, é uma vida sequela
ameaça comum, e potencialmente perigosa, da progressão da doença. A incidência
e a natureza da disfagia nestas condições são em grande parte desconhecidas. A
perda de uma deglutição eficaz e segura pode afetar drasticamente a saúde e o
bem-estar de um indivíduo. Remediar as dificuldades em comer e beber é uma meta
importante no tratamento clínico de pessoas com ataxia hereditária.
OBJETIVOS:
Avaliar os efeitos das
intervenções para a dificuldade na deglutição (disfagia) em pessoas com ataxias
hereditárias.
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO:
Investigámos no Registo
Especializado do Grupo de Doenças Neuromusculares Cochrane, no Registo Central
de Ensaios Controlados Cochrane (CENTRAL), MEDLINE, EMBASE, CINAHL Plus,
PsycINFO, e no Centro de Informações sobre Recursos da Educação (ERIC), em 14
de setembro de 2015. Também investigámos nos Resumos de Comportamento
Linguístico (LLBA), dissertações e registos de ensaios em 24 de Setembro de 2015.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO:
Foram considerados todos os
ensaios clínicos aleatórios (RCTs) e os quase-RCTs que comparavam os
tratamentos para a ataxia hereditária com um placebo ou nenhum tratamento. Só
incluímos estudos de medição da disfagia.
COLETA DE DADOS E ANÁLISE:
Três autores (ES, KJ, MK) reviram,
de forma independente, todos os títulos e resumos. Em caso de qualquer
divergência ou incerteza sobre a inclusão de um artigo particular, os autores planeavam
encontrar-se para chegar a um consenso.
PRINCIPAIS RESULTADOS:
Não identificámos RCTs entre
os 519 títulos e resumos selecionados. Foram excluídos trabalhos,
principalmente por não incluir participantes com ataxia hereditária (isto é,
sendo focados em outras condições neurológicas), sendo revisões teóricas em vez
de estudos de intervenção, ou não sendo ensaios nem aleatórios nem
quase-aleatórios. Identificámos cinco trabalhos que descreviam tratamentos para
a disfagia, ou melhoria na deglutição como um subproduto de um tratamento, em
pessoas com ataxia hereditária. Nenhum destes estudos eram RCTs ou quase-RCTs.
CONCLUSÃO DOS AUTORES:
Há uma ausência de qualquer
evidência significativa de apoio à utilização de qualquer intervenção na disfagia
na ataxia hereditária. A falta de evidência destaca a necessidade crítica de
ensaios clínicos de tratamento bem controlados em campo.
(artigo traduzido)
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