Investigadores estudam a terapia da transcrição do ARN para entrega de mARN da frataxina, como terapia potencial para a ataxia de Friedreich
Os cientistas acreditam que
a entrega de mARN da frataxina funcional através da terapia de transcrição do
ARN (RTT) pode tornar-se uma terapia potencial para os pacientes com ataxia de
Friedreich. O estudo, "A entrega
intratecal de mARN de frataxina encapsulados em nanopartículas lipídicas à raiz
dorsal gânglia como uma terapia potencial para a ataxia de Friedreich",
foi publicado na revista Scientific
Reports.
A ataxia de Friedreich é uma
doença hereditária autossómica recessiva que provoca lesões progressivas no
sistema nervoso. Embora seja principalmente uma doença neurodegenerativa, a sua
manifestação atinge vários tecidos incluindo o coração e pâncreas. Os sintomas
da doença começam geralmente na infância e levam à coordenação muscular
prejudicada (ataxia), que se agrava com o tempo, devido à degeneração dos
nervos periféricos e medula espinal.
A doença é causada pela expansão
no gene FXN, que conduz à diminuição da expressão da proteína frataxina em todos
os tipos de células testadas até agora, mas patologia é observada somente em
tipos específicos de células, incluindo neurónios selecionados, cardiomiócitos
(células do músculo cardíaco), e ilhéus pancreáticos.
A terapia de transcrição do ARN
(RTT) é uma nova estratégia onde mARN - ARN mensageiro necessário para a posterior
produção proteica - é encapsulado em nanopartículas, e está atualmente a ser
testado como uma nova terapia para várias doenças. Estudos preliminares
mostraram que, usando RTT, investigadores poderiam salvar um rato modelo de falhanço
genético letal e também entregar um mARN que codifica uma proteína terapêutica
num modelo animal.
Estes resultados sugerem que
a RTT pode potencialmente ser utilizada como uma estratégia de substituição em
doenças hereditárias genéticas, tais como ataxia de Friedreich.
Os investigadores exploraram
essa possibilidade e realizaram a RTT pela via intravenosa e intratecal
(administrada dentro do canal espinhal) entrega de nanopartículas lipídicas de
mARN de FXN recombinante humano (hFXN). A equipa mostrou que o mARN hFXN é
transcrito com sucesso in vitro e in vivo após administração sistémica.
Além disso, a proteína
gerada seguiu o processamento normal para uma proteína FXN madura, funcional.
Após a entrega intratecal de mARN hFXN em nanopartículas lipídicas, a equipa
detetou proteína FXN humana recombinante em gânglios da raiz dorsal.
Os resultados mostram pela
primeira vez que a terapia de transcrição de ARN é uma estratégia potencial
para produzir mARN funcional terapêutico, de gânglios da raiz dorsal da medula
espinhal para o tratamento da ataxia de Friedreich e outros atrofias musculares
espinais.
mARN – ARN mensageiro
(artigo traduzido)
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