A avaliação in vivo do riluzole como um potencial fármaco terapêutico para a ataxia espinocerebelosa tipo 3
Jana
Schmidt, Thorsten Schmidt, Matthias Golla, Lisa Lehmann, Jonasz Jeremiasz Weber,
Jeannette Hübener-Schmid e Olaf Riess
Resumo
A ataxia espinocerebelosa tipo
3 (SCA3) é uma doença neurodegenerativa de hereditariedade autossómica dominante
para a qual nenhuma terapia curativa está disponível. A causa desta doença é a
expansão dum segmento CAG no chamado gene ATXN3 levando a um estiramento poliglutaminico
expandido na proteína ataxina-3. Embora a função da ataxina-3 tenha sido
definida como uma enzima deubiquitinatina, a via patogénica subjacente à SCA3
continua por decifrar. Além de outros, também o sistema glutamatérgico parece estar
alterado na SCA3. O riluzole substância antiglutamatérgica foi, assim, sugerido
como um potencial agente terapêutico para a SCA3. Para avaliar se o riluzole é
eficaz no tratamento da SCA3 in vivo,
foi utilizado um rato modelo bem caracterizado condicional fenotipicamente
previamente gerado por nós. O tratamento com 10 mg/kg de riluzole na água de
beber foi iniciado quando os ratos mostraram comprometimento no desempenho. O tratamento
pós-sintomático com riluzole efetuado durante um período de dez meses levou a
uma redução do nível da ataxina-3 solúvel e um aumento nas acumulações positivas
de ataxina-3, mas não melhorou os défices motores medidos. Também não houve
efeito positivo no comportamento ou peso corporal. Nós até observamos uma
redução acentuada da expressao calbindina em células Purkinje em ratos tratados
com riluzole. Assim, o tratamento a longo prazo com riluzole não foi capaz de
aliviar os sintomas da doença observados em ratos transgénicos com SCA3 e deve
ser considerado com precaução no tratamento de pacientes humanos.
(artigo traduzido)
Comentários
Enviar um comentário