Definindo as vias que regulam os níveis da proteína poliglutamínica na DMJ/SCA3

Maria do Carmo Pereira da Costa, Ph.D.
Universidade do Michigan, Ann Arbor, MI, EUA


Apesar dos muitos avanços que têm sido feitos para o entendimento das doenças poliglutamínicas (poliQ), nenhum tratamento preventivo está ainda disponível para este grupo de doenças neurodegenerativas fatais, que incluem a doença de Machado-Joseph (DMJ), também conhecida como ataxia espinocerebelosa tipo 3 (SCA3). Na DMJ e outras doenças poliQ a proteína mutante tóxica acumula-se. Assim, uma estratégia terapêutica simples é a de reduzir os níveis do gene mutante ou proteína codificada.
O objetivo desta proposta é identificar as vias moleculares que modulam os níveis da polyQ ATXN3 expandida, a proteína tóxica que causa a DMJ. Procuro compreender a biologia da ATXN3, em particular a sua estabilidade celular e depuração, com o objetivo a longo prazo de manipular vias celulares específicas para reduzir os níveis da ATXN3 tóxica, como uma terapia potencial para a DMJ. Recentemente rastreei o genoma humano completo (18.110 genes) para genes que modulam a ATXN3 mutante em abundância nas células. Com base neste dados de todo o genoma e usando bioinformática proponho selecionar um grupo de genes candidatos para posterior validação num modelo de célula independente da DMJ. Usarei, então, abordagens farmacológicas e/ou genéticas para validar adicionalmente vias moleculares que regulam a abundância da ATXN3 mutante no cérebro utilizando ratos que são modificados para expressar o gene mutante humano completo. Os estudos propostos vão fazer avançar o conhecimento sobre como as células lidam com esta importante proteica ataxia e identificar novos alvos celulares para uma terapia potencial para doentes com DMJ.


(esta investigação vai receber um financiamento da NAF, conforme notícia de 13 de abril de 2015 - http://artigosataxiashereditarias.blogspot.pt/2015/04/investigacoes-sobre-ataxia.html)




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