As minhas aventuras em cadeira de rodas – África do Sul
Por Iain Fryatt (Reino Unido)
Viajar é algo que eu adoro e estou determinado a ter certeza de que ter AF (ataxia de Friedreich) não afeta a minha ambição de ver o mundo! Visitar a Tanzânia para subir o Monte Kilimanjaro aguçou o meu apetite para ver mais de África, então este ano eu decidi ver o que as aventuras na África do Sul iriam ter para mim.
Viajar com uma deficiência não precisa de ser tão assustador como as pessoas pensam.
Em primeiro lugar, a preparação é importante - eu gosto de fazer uma investigação online e planear o máximo possível antes de viajar, minimizando os obstáculos que se pode ter com uma cadeira de rodas. Por exemplo, antes da ir, reservei bilhetes online para a Robben Island e Table Mountain, ignorando quaisquer filas no dia. Isso ajudou muito.
Em segundo lugar, nunca ser demasiado orgulhoso para pedir ajuda - eu acho que as pessoas são amáveis e querem sempre ajudar, às vezes até demais!!
Em terceiro lugar, não ser um bicho-do-mato e quando chegar a qualquer atração, procure um funcionário. Descobri que, muitas vezes, de boa vontade me levam para a frente de qualquer fila.
A aventura começa…
Para esta viagem, o meu pai, a sua parceira e eu viajamos juntos. Baseamos a viagem em torno de três centros: Joanesburgo, Cidade do Cabo e Parque Kruger.
Para chegar à África do Sul nós voamos do aeroporto de Heathrow na KLM (uma companhia que já conhecíamos). O hotel foi reservado online e no momento da reserva foi especificado o tipo de assistência de que necessitava.
Tanto a companhia aérea como o aeroporto são um excelente exemplo de como prestar assistência às pessoas com deficiência. Mesmo quando o nosso voo foi adiada devido ao mau tempo e perdemos a nossa ligação em Amesterdão, a KLM foi capaz de nos colocar, para passar a noite, num hotel nas proximidades que satisfazia as minhas necessidades e que tratou do transporte para o aeroporto na manhã seguinte para apanhar o nosso voo reorganizado.
Joanesburgo
Joanesburgo (ou Jo'burg ou Jozi) é uma cidade incrivelmente simpática, acolhedora e vibrante, e há muito para ver e fazer aqui. Já tínhamos organizado o transporte do aeroporto para as nossas instalações, através de um contato que temos a sorte de ter em Jo'burg.
Estávamos baseados no Retiro Hands On em Craighall, uma hospedaria e spa. A partir daqui, fomos capazes de visitar Jo'burg, usando o mesmo serviço que nos tinha transportado para o aeroporto, para visitar o Museu do Apartheid, a Casa de Nelson Mandela no Soweto, a Torre Carlton Center, a Gold Reef City e o Monumento Hector Peiterson.
Ficámos agradavelmente surpreendidos com a acessibilidade para cadeiras de rodas foi em Jo'burg, semelhante ao Reino Unido e todos os lugares acima mencionados são acessíveis para cadeiras de rodas.
Cidade do Cabo
Cidade mãe da África do Sul, com as suas praias maravilhosas, vinhas em abundância e, claro, parques nacionais, capta o coração das pessoas. Certamente capturou o meu.
Voamos de Jo'burg para a Cidade do Cabo usando a FlySafair, tendo já reservado os voos online antes de deixar o Reino Unido. Novamente, reservámos a assistência necessária no momento da reserva. A nossa experiência no Jo'burg Tambo e a companhia aérea que utilizamos não fluiu tão bem como gostaríamos e da próxima vez escolheremos outra companhia aérea. Às vezes apenas temos que sorrir e mostrar ps dentes! No entanto, no nosso regresso, a assistência no Aeroporto da Cidade do Cabo e em Jo'burg Tambo foi muito boa.
Na Cidade do Cabo, ficámos na Epic House que satisfez as minhas necessidades como utilizador de cadeira de rodas e fizemos uso dos Passeios Epic Enabled's na e em torno da Cidade do Cabo incluindo: transportes para e do aeroporto; visitar a Robben Island; visitar o Parque Nacional Table Mountain; observar parapente a partir de Signal Hill; prova de vinhos em Stellenbosch; visitar os pinguins em Simons Town; visitar o Parque Nacional do Cabo de Boa Esperança e o próprio Cabo.
Em todos os lugares que visitámos (por exemplo, no barco para a Robben Island), eu achei a equipa muito útil e acolhedora. Para me deslocar, achei a minha freewheel de grande utilidade, especialmente na Robben Island (essencial), Table Mountain e Parque Nacional do Cabo de Boa Esperança. Mas, como em Jo'burg, a acessibilidade outra vez era comparável à do Reino Unido, especialmente nos centros comerciais e casas-de-banho acessíveis.
Parque Kruger
Em termos de vida selvagem, Kruger é reconhecido como um dos maiores parques nacionais do mundo.
Reservámos diretamente através do site do Parque, e ficamos num chalé acessível em Camp Skukuza. Embora o Parque Kruger tenha o seu próprio aeroporto, optámos por ir de Jo'burg para o Parque Kruger para que pudéssemos ver a bela paisagem que a África do Sul tem para oferecer. A viagem de Jo'burg para o Parque Kruger leva cerca de quatro a cinco horas com uma escolha de estações de serviço, todos as quais tinham acesso para cadeira de rodas.
Os animais eram incríveis e todos os grandes cinco vieram-nos ver: o leão africano, o elefante africano, o búfalo de Cabo, o leopardo africano e o rinoceronte!
Embora os veículos não fossem acessíveis, os guias e os motoristas foram muito prestáveis e ajudavam-me; assim, pude aproveitar as diferentes opções disponíveis de safari: nascer-do-sol, pôr-do-sol, noturno e durante o dia.
De volta a casa
Agora com a Internet, o planeamento e as reservas são muito fáceis, mas cuidado: alguns sites anunciam alojamento acessível para cadeiras de rodas quando não é claramente o caso. Ao planear viagens em geral, acho que entrar em contato com o alojamento diretamente via e-mail e pedir fotos das instalações ajuda muito.
Visitar a África do Sul foi uma experiência que nunca vou esquecer e não posso recomendá-la demais. Como o Lonely Planet diz “Há algo na nação do arco-íris que nos agarra e não nos deixa ir". Agora para a minha próxima aventura…
KLM – Companhia aérea holandesa
FlySafair – Companhia aérea sul-africana low-cost
Jo’burg Tambo – Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo
Freewheel – Roda que se acopla á cadeira de rodas, ficando esta transformada numa espécie de triciclo
Lonely Planet – Maior editora de guias de viagem do mundo
(artigo traduzido)
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