Aumento da proteína de armazenamento de ferro em pacientes com ataxia pode ter papel protetor


Os investigadores descobriram dois tratamentos químicos que aumentaram a proteína de armazenamento de ferro, chamada ferritina das mitocôndrias, em células de um paciente de ataxia de Friedreich. Estes resultados sugerem uma potencial opção de tratamento para a proteção contra o dano oxidativo mitocondrial nestes doentes. 

O estudo, "Caracterização do promotor da ferritina mitocondrial humana: identificação de fatores de transcrição e evidências de controlo epigenético", foi publicado na revista Scientific Reports. 

As mitocôndrias são organelas chave responsáveis ​​pela geração de energia nas nossas células. É nessas pequenas organelas que ocorrem reações chave, como aquelas que estão envolvidas no processamento de ferro, um nutriente chave para o nosso corpo. 

ferritina das mitocôndrias é uma proteína de armazenamento de ferro que não é amplamente expressa em todas as nossas células, mas parece manifestar-se em tecidos específicos. Neste caso, a ferritina das mitocôndrias é preferencialmente expressa em células que têm elevada atividade metabólica e consumo de oxigénio. 

Estudos anteriores demonstraram que a ferritina das mitocôndrias (MtFt) liga o ferro mitocondrial e tem um papel crucial na homeostase do ferro das células (equilíbrio). A ferritina das mitocôndrias é uma proteína que é codificada por um gene chamado FTMT. 

Apesar do número crescente de relatos de estudo da proteína, "poucas evidências foram reunidas sobre a regulação da sua expressão, bem como sobre os mecanismos da sua expressão celular/tecido específica", escreveram os investigadores. 

Neste estudo, os investigadores investigaram os mecanismos reguladores que controlam a expressão do FTMT. Eles realizaram várias experiências com foco nas sequências de ADN que podem regular a expressão do gene FTMT. 

Eles identificaram uma região dentro do gene FTMT chamada de o promotor, que inicia o primeiro passo da expressão genética (chamada transcrição), onde a informação escrita como uma sequência específica do ADN é copiada para o ARN e, em seguida, para uma proteína. 

Adicionalmente, identificaram uma série de reguladores positivos e negativos da transcrição do FTMT. Estes incluíram os reguladores positivos YY1 (Yin Yang 1); CREB (proteína de ligação ao elemento de resposta c-AMP); e SP1 (proteína de especificidade 1). 

A proteína de ligaçã2 GATA (GATA2); a proteína A1 (FoxA1); e intensificador CCAAT de ligação proteínas beta (C/EBP β), foram identificados como reguladores negativos. 

Os investigadores também descobriram que certos tratamentos químicos, como agentes de acetilação e desmetilação aumentaram a transcrição do gene FTMT. Em seguida, testaram estes agentes em células de um paciente de ataxia de Friedreich. 

"Esses tratamentos regulam a expressão da FtMt [proteína] mesmo em fibroblastos derivados de um paciente de ataxia de Friedreich, onde poderia exercer um efeito benéfico contra o dano oxidativo mitocondrial", concluíram os investigadores. 


(artigo traduzido) 


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