Analisar as disparidades da fala na ataxia de Friedreich pode ajudar a gerir a doença
Analisar as disparidades da fala na ataxia de Friedreich usando um programa chamado Análise de Disfonia na Fala e Voz (ADSV) fornece um indicador que tem excelente sensibilidade e especificidade e poderia potencialmente ser usado como um indicador da evolução da doença, de acordo com um estudo publicado no Journal of Voice.
Encontrar uma boa medida que possa controlar a progressão da doença e determinar a eficácia de qualquer tratamento é vital para o tratamento da ataxia de Friedreich. Segundo os autores, uma melhor compreensão da doença pode ajudar a otimizar as capacidades de comunicação, sucesso ocupacional e as interações sociais dos pacientes.
"Para acompanhar com precisão a progressão da doença e identificar falhas específicas na produção da voz e da fala para fornecer o tratamento mais eficaz para um indivíduo com [ataxia de Friedreich], uma abordagem de análise acústica multivariada é recomendada", escreveu a Dra. Cecyle Carson e colegas.
Para o estudo intitulado "Análises acústicas de vogais prolongadas em adultos jovens com ataxia de Friedreich”, a equipa de investigadores, liderada pela Dra. Bari Hoffman Ruddy do Departamento de Ciências da Comunicação e Distúrbios da Universidade da Flórida Central em Orlando (FL, EUA), 20 pessoas que foram diagnosticadas com ataxia de Friedreich e 20 pessoas saudáveis, ou controles. Eles então conduziram uma análise acústica de vogais prolongadas (a, i, e o) com o programa ADSV.
Os resultados mostraram que havia diferenças significativas entre todas as vogais somente numa medida (chamada relação de fala baixa/alta) entre os grupos. Quando compararam as medidas com as vogais individuais, os investigadores encontraram diferenças significativas entre os grupos em quatro das cinco medidas para a vogal "o".
Os investigadores também descobriram que foram capazes de identificar corretamente 95 por cento dos indivíduos no grupo de controle e corretamente classificar todos os no grupo da ataxia de Friedreich.
"Os períodos instáveis de fonação, como as iniciações da produção vocal em vogais, podem produzir sinais acústicos robustos na ataxia de Friedreich", escreveram os autores, acrescentando que a análise dos diferentes tipos de vogais é recomendada na sequência da progressão da doença.
O uso de medidas acústicas para analisar as vogais e a fala conectada pode ser sensível mesmo a modificações graduais na função e, portanto, constitui um indicador excelente que pode fornecer evidência de mudança, como o declínio causado pela progressão ou melhora da doença como resultado do tratamento.
(artigo traduzido)
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