Modelos da doença de Machado-Joseph baseados em células estaminais pluripotentes induzidas avançadas
A doença de Machado-Joseph
(DMJ) ou ataxia espinocerebelosa tipo 3 (SCA3), é uma doença neurodegenerativa
poliQ e a mais comum das ataxias hereditárias dominantes em todo o mundo.
Apesar de avanços importantes no conhecimento dos mecanismos patológicos
envolvidos ainda não descobrimos terapias eficazes. Os avanços nesta área
dependem de modelos inovadores e de previsão de doenças para as quais há uma
necessidade urgente de estudos mecanicistas e pré-clínicos.
Entre tais modelos, as
células estaminais pluripotentes induzidas (iPSC) são as ferramentas
principais, oferecendo a promessa de permitir grandes avanços inovadores. As células
estaminais de doenças específicas e os tipos de células diferenciadas
resultantes oferecem uma oportunidade sem precedentes para investigar os
mecanismos moleculares e realizar a triagem de medicamentos pré-clínicos. No
entanto, a utilização destas células e seus derivados diferenciados ainda
apresentam desafios devido a variações linha-a-linha, as variações de
diferenciação experiência-a-experiência e instabilidade genética. Para superar
esses problemas, identificar e depois facilmente avaliar assinaturas típicas
associadas a mutações de doenças, que irá produzir linhas isogénicas específicas
de pacientes e diferenciar essas células em neurónios do cerebelo maduros
derivados de iPSCs de pacientes com DMJ e controlos isogénicos. Isto irá
permitir que o determinante genético seja desafiado em células estritamente
idênticas que não diferem em qualquer forma, em termos do seu genoma. Vamos
continuar a usar essas células para desenvolver e implementar metodologias
padronizadas, robustas, de rendimento médio/elevado de análise quantitativa de
defeitos específicos para investigar patomecanismos e triagem de medicamentos
na DMJ.
Esperamos que esse projeto
possa dar uma contribuição realmente importante para o campo das ataxias e,
particularmente, da doença de Machado-Joseph, fornecendo os modelos e
metodologias para permitir avanços significativos no conhecimento dos
mecanismos de DMJ e fornecer as ferramentas para a identificação pré-clínica e
validação de novas terapêuticas eficazes para a DMJ.
Magda
Matos Santana, PharmD, Ph.D.
Centro
de Neurociências e Biologia Celular, Coimbra, Portugal
(Este estudo foi distinguido
com a atribuição de fundos para a investigação, por parte da NAF – Natonal
Ataxia Foundation, Fundação Nacional para
a Ataxia, EUA)
(artigo traduzido)
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