Ode à ataxia de Friedreich --- Um poema lírico honesto sobre a doença
O que é que me fizeste,
sua filha-da-mãe?
Dedos curvados, fala
arrastada, pélvis fechada,
Músculos decadentes que
contraem.
Normalidade tentada,
uma rápida descida
para aqueles que babam,
Abaixo a carta que
joga a vida,
Mas quando é que eu
já fui um tolo mais normal?
Um mundo numa correia
transportadora preparado como para uma corrida,
Cursos, carreiras,
vidas completas,
Eu, um espectador sem
ser convidado que não sabe o seu lugar?
Cursos
infrutíferos, letras sem sentido,
Arruaceiro sem
direção e não empregável,
Amanhã tortuoso que
continua a vir,
Subidas íngremes e espirais
descendentes,
Para baixo, mas nunca
para fora.
Guinchos, estranhos pagos,
Existir é muito
diferente de viver,
"normalidade?"
Eu já não sei o que essa palavra significa.
Sem sexo, sem vida,
unhas compridas,
Frio e crostas,
Preso na minha cama
com corrimões.
Eventos grandes ou
pequenos são vistos ou lidos, +
A partir do
confinamento da minha cama.
Ingrato eu sou?
A quem exatamente?
Uma nuvem cósmica, uma
refração da luz?
Quarto, papel de
parede estudado, estradas vazias, céu salvador
sentimentos "pró
vida" coaxados por tipos mundanos,
Que teimosamente se
recusam a morrer
Será uma cura para ti
alguma vez encontrada?
Memórias seladas de relva
escorregadia sob os pés,
Aos saltos, o céu
ligado.
40 agora, um marco
para alguns,
Comprimido e
invertido,
O futuro é sombrio.
Continuar eu devo,
Que outra opção eu
tenho?
Tentar esquecer o que
poderia ter sido,
Até à dissolução
final!
(artigo traduzido)
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